O aumento da população idosa é um fenômeno global que se intensifica no Brasil, como apontado pelos dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O trabalho que envolve o livro Educação Intergeracional na Amazônia evidencia que é possível desenvolver políticas e práticas que valorizem essa crescente parcela da população. Na região Norte, especificamente no estado do Tocantins, esse fenômeno ganha contornos particulares, dada a relevância ecológica, cultural e social do território e ações como a Universidade da Maturidade, da Universidade Federal do Tocantins. Aqui, as interações entre gerações revelam-se ricas e significativas, desafiando-nos a compreender como a educação in[1]tergeracional pode se manifestar e se fortalecer.

O tema das relações intergeracionais que acontecem nas brincadeiras e interações, tem se mostrado um campo fértil de inves[1]tigação e prática educativa. São nessas relações que encontramos oportunidades para integrar conhecimentos, valores e experiências, além de promover uma compreensão mais profunda e respeitosa entre diferentes grupos etários. Quando pessoas idosas e crianças se encontram em espaços compartilhados, a exemplo, nas atividades desenvolvidas pela Universidade da Maturidade e no Centro Municipal de Educação Infantil João e Maria, surgem dinâmicas que enriquecem ambos os lados e fortalecem o tecido social ao proporcionar um aprendizado mútuo que transcende as barreiras geracionais.

A proposta desta obra é explorar e compreender essas práticas intergeracionais, especialmente no contexto amazônico. A região, com sua vastidão e riqueza cultural, oferece um cenário privilegiado para investigar como crianças e pessoas idosas interagem e aprendem uns com os outros. Caminharemos por dois espaços que dialogam e atuam juntos, uma universidade, por meio de uma iniciativa reconhecida por sua inovação social, e um centro de educação infantil, um espaço vibrante e lúdico; locais em que os protagonistas deste estudo, evidencia como a educação intergeracional pode promover o desenvolvimento humano integral.

É urgente construir pontes que permitam o diálogo entre as gerações, rompendo estereótipos e valorizando as singularidades de cada etapa da vida. Espero que este livro inspire educadores, gestores, pesquisadores e todos aqueles que acreditam no poder transforma[1]dor da educação. A união de experiências e conhecimentos de diferentes gerações é um universo a ser vivenciado e a compreensão das práticas que envolvem as trocas afetivas e de saberes é um caminho a ser seguido.

Dr. Luiz Sinésio Silva Neto

Professor na Universidade Federal do Tocantins