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Fundadora da UMA no Tocantins, Neila Osório, e especialista da XP, Fátima Martins, avaliam a importância do planejamento financeiro para a aposentadoria
A primeira semana de outubro no Brasil normalmente é dedicada a homenagear os idosos e a celebrar a conquista dos seus direitos, definidos no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003). E essa parcela da população é uma das que mais cresce no país. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas com 60 anos ou mais representam 14,7% da população. Em números absolutos, a população idosa brasileira cresceu 39,8% entre 2012 e 2021, sendo estimada pelo Instituto como algo em torno de 31,2 milhões de pessoas.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que o percentual de idosos cresce, o país é apontado pela empresa americana Natixis Investment Managers como um dos piores lugares para se aposentar do ponto de vista do bem-estar econômico, renda dos benefícios em previdência, qualidade de vida e saúde. No ranking de 44 países formado pela pesquisa da Natixis, o Brasil ficou em 43º lugar, à frente somente da Índia.
A professora Neila Osório, fundadora da Universidade da Maturidade (UMA) no Tocantins, considera fundamental que as pessoas aprendam mais sobre como fazer o planejamento financeiro da sua aposentadoria, antes de chegar à terceira idade. “A maioria das pessoas tem uma simples e pequena aposentadoria. Não se prepararam para envelhecer com dignidade financeira. Esse planejamento da vida financeira é fundamental, para que o idoso não seja dependente da família, e tenha uma certa autonomia”, avalia.
Análises da XP demonstram que o investimento financeiro iniciado aos 25 anos, consistente em uma contribuição mensal de pouco mais de R$ 500 em um plano privado de previdência, pode resultar em uma renda vitalícia de R$ 8mil por mês a partir dos 65 anos. Mas esse é só um exemplo das inúmeras possibilidades de investimento que a pessoa adulta pode fazer até alcançar uma renda que lhe garanta uma melhor qualidade de vida na maturidade.
“Quando se fala em investimentos pensando na aposentadoria, a previdência privada é a primeira opção que vem à cabeça. Mas, existem outras que atendem os mais diversos públicos. Quem quer sair da previdência, pode optar por Tesouro Direto, CDBs, além de fundos de renda fixa. Essas opções costumam atender aos investidores mais conservadores e, geralmente, possuem uma boa rentabilidade”, explica Fátima Martins, líder regional da XP.
Para além do planejamento que antecede a aposentadoria, é importante continuar os investimentos ao longo dos anos, mesmo na maturidade. Hoje, o público com 60 anos ou mais representa 18% dos investidores brasileiros, conforme perfil traçado por pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O estudo mostra, ainda, que a poupança é preferida por 23% das pessoas.
“Ainda vemos muitas pessoas que investem em poupança ou em produtos não tão bem remunerados. Nossos times vêm atuando para apresentar aos clientes opções mais rentáveis, de acordo com o tipo de perfil de investidor. Mesmo na esfera dos investimentos conservadores, existem opções mais vantajosas”, observa a executiva da XP.
A especialista ressalta que montar uma carteira diversificada com parte do recurso investido em fundo imobiliário e parte aplicada em Tesouro Direto, é um exemplo de alternativa para melhorar a remuneração.
A professora Neila Osório enfatiza a importância de se disseminar informações sobre investimentos voltadas especificamente para as pessoas idosas. “Deve popularizar esse conhecimento para que eles [os idosos] possam ver na teoria e prática, e se prepararem realmente. No Tocantins, 71% das pessoas que envelhecem são provedores dos seus lares, então existem necessidades básicas de complementar a sua aposentadoria e ampliar a sua receita”, pontua.
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